Meu esconderijo é nosso refúgio
Lá se harmonizam teus gritos e meus sussurros
Com sofá para deitar e quarto bem escuro
O cobertor parece mar na orla do nosso mundo
Amo teu riso solto na manhã da hora seguinte
Rindo um do outro não nos cabe notícia triste
Eu, de Libra, nunca sei, digo tanto faz ou talvez
Voila, venez danser notre valse
Il n`y a pas de Tour sous nous
Mais le vent est fort égal
Vem dançar
Se em teu pé eu pisar
Pardon, ma vie
Vamos recomeçar
Nosso esconderijo é meu santuário
Lá não cabem sacrifícios, doces vícios são perdoados
Tem recanto pra escoar os olhos em diários
De mazelas e receios que faltam no dicionário
Amo teus olhos bobos se escondendo pra não ver
Teu choro madrugada que não quer amanhecer
Eu, taurino, a esperar o tempo da tua pausa secular
Você sabe me fazer um bem.
Letra: Daniel Debiagi / Maikel Rosa
Música: Daniel Debiagi
Acordeon: Matheus Kleber
Violão Nylon: Guiza Ribeiro
Baixo: Diego Banega
Coro: Marisa Rotenberg, Jean Melgar e Daniel Debiagi
CHANSON DE VALSE
E a vida vai passar
Como um retrato falado
Por bocas que falam demais
Ninguém vai contar
Sobre o instante exato
Em que encontramos a paz
Momentos eu e você
No mundo que só a gente vê o céu
Segredo de nosso silêncio
Suspeitos desse crime sem jeito
Eu afogado em teu peito
Entre sussurros no escuro
Segredo de amar em silêncio
Quietos, se o pecado é bem feito
Nos é de direito
Calar para o mundo
Se alguém duvidar
Das palavras que digo e repito
Melhor se calar, nem tente pesar
Falas etílicas com fatos no meu olhar
Lembra da vida que a gente quer
Diferente dos outros talvez, sem fim
Segredo de amar em segredo
Desejo um abraço bem forte
Um afago no rosto
Deitar no teu colo
Letra e música: Daniel Debiagi
Violão Aço: Guiza Ribeiro
Baixo: Diego Banega
Percussão: Fernando Sessé
ESSAS BOCAS
HOMEM DE BEM
Gosto do gosto do mundo
Doce, azul, café, amargo demais
Pesam nas costas suas dores
Rasgam-me a pele seus tremores
Gosto do gosto do mundo
Anis, diverso, a pé, sofrido demais
Cegam meus olhos suas cores
Matam-me a fé os desamores
Não me confunda,
Eu tô na rua sem armadura,
Pra sofrer não tem cura,
Que eu não sou teu homem de bem
Homem de bem, homem de bem
Não pensa em ninguém
Afasta de mim esse teu latim
Pra eu não morrer
Entristecer quem gosta de mim
(Falado): Empatia – substantivo feminino:
Capacidade de colocar-se no lugar do outro, sentindo o que ele sente.
Não me confunda,
Eu tô na rua sem armadura,
Pra sofrer não tem cura,
Que eu não sou teu homem de bem
Homem de bem, homem de bem
Não pensa em ninguém
Afasta de mim esse teu latim
Pra eu não morrer
Entristecer quem gosta de mim
Você me julga
Nem pede desculpa
Diz que tô errado amando acordado
Pra você ver o amor prevalecer
Letra e música: Daniel Debiagi
Voz: Daniel Debiagi e Almério
Violão Nylon e Guitarra: Guiza Ribeiro
Baixo: Diego Banega
Percussão: Fernando Sessé
DUAS QUADRAS
Depois da primeira esquina
Naquela casa rosa velha mora quem sou eu
Em frente à praça antiga tanta coisa
Quanta coisa já aconteceu
Seguindo aquela curva,
O palácio da saudade e seu chafariz
Com estátuas tristes que choram toda vez que a noite vem
Culpa do ódio que mora ao lado
E não quer ninguém estacionando os carros no que é seu
Subindo a escadaria
A morada envelhecida que a inveja vendeu
Pra sua velha amiga, a covardia, que mais tarde se arrependeu
Passando aquela ponte
O prédio onde a mentira um dia se escondeu
Fugindo da verdade, a vizinha da falsidade se perdeu
Veja a loucura no morro mais alto
À procura de gente para o seu palco assim como eu
Nessa rua estreita, logo ali à direita, o amor viveu
Mudou-se do dia pra noite, foi quando o aluguel venceu
Deixou muita gente aflita procurando por ele assim como eu
* "E a vida não valia nada porque estava a duas quadras
depois da solidão."
* citação do conto «A História dos Dias (Como se moesse ferro)» de Altair Martins
Letra e música: Daniel Debiagi
Violão Aço e Guitarra: Guiza Ribeiro
Efeitos: Marisa Rotenberg
BEM QUE ME FAZ TÃO SEU
Faz tanto frio lá fora
E o que importa?
Se você me aquece a qualquer hora
Vem, encosta
Se já perdemos a hora
O que importa?
Sou teu quebra-cabeça
Me desmonta e me adora, sim
Pra fazer do meu endereço
Teu sossego dentro de mim
Com você até esqueço
Que a vida não foi sempre assim
Já contei mil derrotas
Nada mais importa
O bem que me faz tão seu
Meu bem, não deixo ir embora, não
Ajuda se eu disser que te amo?
Nada mais posso fazer
De repente, mudou os meus planos
Fez teu sorriso no meu
Na tempestade, vou correr amor
Pros teus braços de chuva e depois
Os raios que partam com meu pavor
Sem medo seremos nós dois
Letra e música: Daniel Debiagi
Violão Nylon, Aço e Guitarra: Guiza Ribeiro
Baixo Acústico: Caio Maurente
Percussão: Fernando Sessé
Macrófono: Marisa Rotenberg
É o que parece
Chegamos ao último trago
Último tango, último quarto
Já tanto faz beber gasolina ou álcool
É o que parece
Apaga o cigarro no meu olho
Carrega de pedras meus bolsos
Navega meu corpo raso até o mar mais profundo
Sei que já não dá mais pé
Na próxima onda que vier, me deixa
Diga que vai dar adeus
Com choro lavado e arrepio na nuca
E que nunca haverá outro homem pra você
Minta mas não me deixe saber
É o que parece
Todo amor traz um pouco de morte
Não tivemos fortuna nem sorte
Tão jovens, tão trágicos
Amantes cadentes, desenganados
Minta mas não me deixe saber
Letra: Daniel Debiagi / Jocê Rodrigues
Música: Daniel Debiagi
Violão Aço e Guitarra: Guiza Ribeiro
Baixo: Diego Banega
Percussão: Fernando Sessé
SAMBA DO AVESSO
Cada pedaço teu
Que falta faz em mim
Triste passo eu
Avesso na minha dor
Tempo longe foi
Calado aqui fiquei
Na angústia de não ser
Mais teu precioso bem
Ó Flor, o cheiro teu não passou
Sem ar, faltou teu sopro no meu coração
Melhor parar do que ser par da solidão
Não vou lhe maldizer
Por maltratar teu beija-flor
Mas vai se arrepender
Em cada passo teu
Não será tão feliz
Nem terá outro bem-querer
Pensando bem
Nem vai querer
Mas tem quem queira
Letra e música: Daniel Debiagi
Voz: Daniel Debiagi e Paola Kirst
Violão 7 cordas: Max Garcia
Percussão: Fernando Sessé
Coro: Marisa Rotenberg, Jean Melgar e Daniel Debiagi
VIDA DE NOVELA
Perdoa amor, o dedo em riste,
A palavra triste, a dureza que eu disse
A verdade que dói é a mesma que diz:
- Sabe teu sonho? Desiste
Se a vida é só um dia a mais,
Se tanto faz, se não insiste,
Falta é saber dançar em dia cinza
Viver é sentir a brisa da manhã no corpo
Viver como um rei com tão pouco
Pra viver, meu bem, tu e eu, um no outro
Olha que a vida é muito além
Da tristeza que não convém no teu rosto
E a vida vai e a vida cai
Colecionando ais
Se a vida fosse uma novela
Quem nos dera,
Felicidade estar pra sempre nela
Deitados nus sobre uma estampa de mar
Somos um par a valsar em braile
E a vida é nada mais
Que um salão de baile
Pernas do avesso,
Um novo passo, o recomeço
Olha que a vida é muito além
Do ensaio que não tem algum tropeço
Letra: Daniel Debiagi / Maikel Rosa
Música: Daniel Debiagi
Acordeon: Matheus Kleber
Violão Aço e Guitarra: Guiza Ribeiro
Loop e efeitos: Fernando Sessé
É O QUE PARECE
Toda forma de amor se lavra
Faz horta com carícia, com palavra
Rega, protege à reza braba
Toda forma de amor se guarda
No pó da prateleira, na carteira
A 3x4 onde um sorriso falta
Toda forma de amor se respeita
Cuida, grita, geme, inflama, alimenta
No véu ou papel, onde se deita
Que seja feliz com quem quer que seja
Se o mundo não acabar amanhã
Vamos morder todas as maças
Entre o desdém e adoração
Alguém vai dizer pelos ares:
- Guarda-me no teu porta-amares!
Letra: Daniel Debiagi / Maikel Rosa
Música: Daniel Debiagi
Teclados: Handyer Borba
Violão Aço: Guiza Ribeiro
Baixo: Diego Banega
Percussão: Fernando Sessé
Coro: Marisa Rotenberg, Jean Melgar e Daniel Debiagi
PORTA-AMARES
Há dias que a gente só fere
E não sente o que tem pra doer
Há dias que a gente renega o presente
E não quer mais viver
- Como eu quis ser você!
Tem tempo que a gente só pede
Não aprende o que tem pra fazer
Tem tempo que a gente nem quer mais ser gente
Não sabe querer
- Como eu quis ser você!
Nosso mundo caiu, quanta gente aplaudiu
Outros sabem, ninguém viu
E a desgraça toma graça
É fogo sem fumaça, é a lama que me arrasta
A esperança anda escassa, coração já partiu
Nosso mundo caiu, o amor sucumbiu
Ninguém sabe, outro riu
E a desgraça toma a praça
Tem bala de borracha, minha alma se estilhaça
Em cacos pra quem passa fingindo que nada viu
Letra e música: Daniel Debiagi
Voz: Daniel Debiagi e Bruna Caram
Violão Aço: Guiza Ribeiro
Baixo Acústico: Caio Maurente e Clóvis Boca Freire
Percussão: Fernando Sessé
TANGO PARA MAYSA
Quiero jamás te ver llorar por mí
A tí hice una oración de lágrimas
Para enjugar tu piel de la sal que sale sin pedir
Llega de fingir que la vida acaba por acá
Con tanto falso suelo para caminar
Tu encanto es bien mayor que el pranto de partir
Si tu eco perdido sonar por ahí
Hay siempre quien vá a oír, admirar, sentir
Llora el canto que yo te canto
Para cantares de nodo en nodo en la garganta
Entonces un río entero asombrar
Sin llover en tus ojos
Manchar tu sonrisa
Quiero siempre más te ver acalantar el dolor
De los miedos y los anhelos que van a escorrir
Por tus lábios más y más en días tan iguales
Canta para llorar, lloro solo de oír
Y porque nadie hizo por mí
Tanto, cuanto hice por ti
Letra e música: Daniel Debiagi
Versão em espanhol: Isabel Janostiac
Violão: Giovanni Capeletti
Castanholas: Ana Medeiros
Palmeios: Ana Medeiros e Daniele Zill
Coro: Marisa Rotenberg, Jean Melgar e Daniel Debiagi